MURAL DA LIRA

ACÁCIO DE ARAÚJO

Nasceu em 10 de janeiro de 1911. Trombonista, filho de sanfoneiro, neto de escravizados da região açucareira do Estado do Rio de Janeiro, Seu Acácio trabalhou na lavoura e na indústria açucareira de Campos.
Aos 15 anos já tocava trombone em uma banda de sua cidade natal.
Aos 22 anos, em 1933, transferiu-se para a cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, onde foi morar na casa de sua irmã e seu cunhado. Por essa época, começou a trabalhar em uma empresa americana de telefonia, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Em 1957 fundou, junto a outras 18 pessoas, a Sociedade Artística e Musical Lira de Outro, da qual foi diretor musical por vários anos.
No ano de 2011, na comemoração de seu centenário, o músico, fundador da Lira de Ouro, recebeu diversas homenagens no evento que contou com a participação de produtores culturais, poetas, músicos e atores da cidade.

Seu Acácio faleceu em maio de 2014, aos 103 anos.

BARBOZA LEITE

Francisco Barboza Leite, nascido no Ceará, foi um sujeito multiartista que habitou essas terras caxienses durante muito tempo, tendo falecido em 1996. Pintor, escritor, jornalista, ensaísta, cenógrafo, ator, compositor, professor, editor, ilustrador, músico e agitador cultural, foi responsável, entre tantos feitos, pela criação de um Salão de Artes Plásticas em Duque de Caxias e pelo grupo ArCo (Arte e Comunicação) que, junto a figuras incríveis como Rogério Torres, chegaram a produzir filmes em Super-8 que infelizmente se perderam nos caminhos tortuosos da vida.

Foi criador e professor de uma Escola de Artes nos anos 1990 na cidade.

Foi por intermédio de Barboza que o poeta Solano Trindade veio a viver em Caxias, nos anos 1950.

O dia de seu aniversário, 20 de março, foi escolhido para ser o Dia Municipal da Cultura.

ARMANDA ÁLVARO ALBERTO

Armanda Álvaro Alberto foi uma mulher que teve uma atuação pioneira em várias frentes no século passado e que ainda precisa ser mais conhecida no país.

A educadora nasceu em 1892 no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, mas teve sua vida ligada de forma definitiva à Baixada Fluminense. É aqui, em 1921, quando Caxias ainda era o oitavo distrito de Nova Iguaçu, que ela funda a Escola Proletária de Meriti, que depois virou Escola Regional de Meriti e que ficou conhecida nacionalmente por seu apelido, Mate com Angu.

A “Regional” foi marcante em sua época… Foi a primeira escola do país a ter horário integral, a ter uma orientação progressista, montessoriana, a ter uma biblioteca, um museu natural, um receptor de rádio; também foi a primeira escola a pensar e implantar um Círculo de Mães, trazendo a comunidade para o dia a dia da escola; um programa de saúde integrado para os alunos e suas famílias, entre outros avanços. Isso tudo começando na década de 1920, quando a região ainda era massacrada por doenças tristes como malária e descaso governamental. E além de todo esse pioneirismo, a Regional também foi a primeira escola da América Latina a servir merenda escolar, e daí esse curioso apelido “mate com angu”, que era em princípio pejorativo, mas depois Armanda conseguiu dar um sentido positivo.

Feminista, militante pelos direitos das mulheres , Armanda foi uma das fundadoras da Associação Brasileira de Educação (ABE) em 1924, e em maio de 1935, foi uma das criadoras e, depois, a primeira presidente da União Feminina do Brasil (UFB).

Depois de sua morte em 1974, a sua memória foi bastante apagada. Basta dizer que quando se estuda a história da Educação fala-se muito mais dos homens… Mas isso vem mudando e as sementes de suas ações continuam dando frutos por aí e hoje sua memória é lembrada por gerações que lutam pela Educação no país.

JORGE MACARRÃO

Compositor. Cantor. Oriundo de família de músicos, o avô paterno tocava bandolim, o pai ritimista e a mãe era cantora e compositora. Aos 12 anos já cantava em um regional formado por seus tios e primos. Foi bi-campeão de samba-enredo no Bloco do China, em Duque de Caxias, cidade do Estado do Rio de Janeiro e no ano de 1986 tornando-se puxador oficial da escola, quando do desfile na Marquês de Sapucaí, com o enredo “Cercado pelos 7”, samba-enredo de sua autoria. No ano seguinte foi o vencedor do “Festival de Compositores de Duque de Caxias”.

Em 2001 regravou “Mordomia com Tereza” no disco “Quintal do Pagodinho”, produzido por Rildo Hora. Neste CD, idealizado por Zeca Pagodinho, foram reunidos vários compositores preferidos de Zeca Pagodinho, entre eles Wilson das Neves, Efson, Zé Roberto, Barbeirinho do Jacarezinho, Luiz Grande, Dunga, Carlos Roberto, Maurição, Luizinho Toblow, Leandro Dimenor, Rixxah, Alamir e Octacílio da Mangueira.

No ano de 2006, o Grupo Nosso Canto, grupo de samba e choro da cidade de Duque de Caxias, umas das 13 cidades da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, lançou o CD “O samba é a nosso paixão”, disco no qual foram incluídas de sua autoria as composições “Nem sempre” (c/ Jair Lobo) e “Casa aberta”, em parceria com Jair Lobo e Beto Cavaco.

Fonte: https://dicionariompb.com.br/artista/jorge-macarrao/

MARIVALDO SALLES

Marivaldo Sales dos Anjos foi um grande músico nascido em Salvador e radicado em Caxias, vindo de uma família de músicos. Exímio baterista e percussionista, tocava também vários instrumentos e integrou vários grupos musicais na Baixada. Foi um dos criadores da Quarta Básica, evento musical que aconteceu na Lira durante seis anos seguidos. Era um importante colaborador dos eventos da instituição.
Sales nos deixou em julho de 2018.

MARTHA ROSSI

Martha Rossi foi professora, educadora e artista plástica.

Entre outras muitas coisas, foi braço direito da professora Armanda Álvaro Alberto, na Escola Regional de Meriti, a emblemática Mate com Angu, onde ingressou em 1954. Nesta escola, a implantação do horário integral e o fornecimento de merenda foram ações pioneiras em todo território nacional naquela época. Junto com os mestres José Montes e Barboza Leite, Martha ajudou a criar um clima único de acolhimento mesclando Educação e Cultura.

Martha também teve muito destaque na organização do Movimento Brasileiro de Alfabetização, MOBRAL, em Caxias.

Devido ao seu imbatível alto astral era uma das pessoas mais queridas da cidade.

Faleceu em 2018, aos 96 anos de uma vida.

JOÃO DE DEUS

João de Deus, o Menestrel: Nascido em João Pessoa, João de Deus residiu no bairro Chacrinha até sua morte, há cerca de dezesseis anos. Em sua casa aconteciam frequentemente grandes encontros de artistas da cidade, reunião que chamava de “Pajelança Cultural”, onde fervilhavam idéias, música, dança, poesia e teatro.

Sua vida sempre girou em torno de movimentos culturais, com paradas obrigatórias no Museu de Arte Moderna, Casa do Estudante Universitário e na Casa da Poesia da Rua Senador Dantas. Teve trabalhos publicados em livros e em publicações como as revistas Recado de Cultura e O Silêncio, foi um dos organizadores do Projeto Com Inspiração e participou de vários shows no Teatro Municipal Armando Mello, intitulado “Signo Poema”, com outros artistas locais.

Fonte: João Carpalhau

JAMAICA NEIVA

Jamaica Neiva, artista plástico caxiense, produtor cultural e cenógrafo. Luis Antônio Neiva, seu nome de batismo, era filho do grande Messias Neiva, pintor premiado internacionalmente.

Nas últimas décadas vivendo em Conceição de Jacareí, Jamaica consolidou sua vida com fortes ligações com Caxias, onde foi figura participante de vários momentos significativos na área cultural, sendo uma pessoa muito querida na cidade.

Além de exímio pintor, Jamaica era artista plástico versátil, trabalhando com vários materiais e, além de pintar quadros, atuou também com cenografia.

Estava no time de voluntários do Ponto de Cultura Lira de Ouro no começo dos anos 2000, onde chegou a organizar o baile soul Night Chifre, que engrossou a onda charme de Caxias naquele intenso momento da cidade.

É conhecido também pela autoria, junto com Ni Nascimento e Maurício Menezes, do busto em bronze em homenagem a Zumbi dos Palmares, inaugurado em 1988, no calçadão do centro e que hoje está em exposição permanente no Instituto Histórico.

Nos últimos anos fazia as alegorias do Certo Pra Dar Merda, bloco de Carnaval caxiense formado por dezenas de amigos que tinham Jamaica como um grande inspiração de arte e alegria.

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